[SOA # 4] - O Programa SOA
SOA representa uma nova forma para se desenvolver, manter, comprar e vender aplicações de negócios. Ela pode afetar praticamente todos os sistemas de informação de uma empresa. E, quando bem sucedida, não possui um prazo para terminar. Como a construção de cada novo Serviço pode ser gerenciada como um projeto em si, é recomendável que uma iniciativa para implementação de uma SOA seja tratada e gerenciada como um Programa. Como tal, deve possuir definições acerca de sua Estrutura, Processos e Padrões.
Um programa SOA deve ser dirigido por um Comitê Gestor, desenhado e populado especificamente para a iniciativa. Dentre as responsabilidades deste Comitê destacam-se [3]:
• Estabelecimento e revisão das estruturas, processos e padrões utilizados tanto no âmbito do programa quanto no nível dos projetos;
• Acompanhamento da execução de todos os projetos SOA;
• Garantia do apoio e participação das áreas de negócio durante todo o programa;
• Manutenção do plano estratégico e do foco da iniciativa; e
• Execução de atividades de evangelização, como treinamento, coaching e divulgação dos benefícios e restrições do programa para toda a organização.
O Comitê Gestor de um programa SOA possui algumas funções bastante particulares. A figura 3 abaixo apresenta um modelo padrão desta estrutura, destacando seus principais atores:
O Gestor do Programa responde por ele perante toda a organização. Dada sua importância estratégica não será estranho se algumas empresas optarem por alocar o próprio CIO ou Diretor da área de TI nesta função. Ele é apoiado diretamente por um Engenheiro do Processo, que pode ser um representante do Escritório de Projetos (PMO – Project Management Office), caso exista. A uniformidade e respeito aos processos de desenvolvimento e manutenção são fatores críticos de sucesso. O Engenheiro do Processo deve garantir que tanto o programa quanto os projetos SOA estejam sendo executados dentro dos padrões estipulados pela corporação. Também é sua responsabilidade a indicação dos Coordenadores de Projetos, seu acompanhamento e apoio.
No entanto, o “braço direito” do gestor do programa é o Arquiteto SOA. Ele é o principal responsável técnico pela elaboração e implementação da arquitetura orientada a serviços. Devido a abrangência, complexidade e criticidade de tal iniciativa, o Arquiteto SOA compartilha suas responsabilidades com outros 5 arquitetos, cada um especialista em uma parte do programa.
O Arquiteto de Negócio é o principal representante do programa perante as áreas de negócio. Visto de outra maneira, ele também representa as comunidades usuárias no Comitê Gestor. Ele deve coletar, avaliar, apresentar e defender os requerimentos de negócio. Portanto ele faz uso, em alto nível, das disciplinas Modelagem de Negócios e Engenharia de Requerimentos. Se estivessem representadas na figura 3 acima, as áreas de negócio estariam no lado esquerdo do desenho. Entende-se então que os membros do comitê gestor que se relacionam de maneira direta com a comunidade usuária, além do Arquiteto de Negócio, são o Gestor do Programa, o Engenheiro do Processo e o Arquiteto SOA. Mas sua representação é uma atribuição exclusiva do Arquiteto de Negócio.
O Gestor da Biblioteca de Ativos (GBA) é um personagem raríssimo nos ambientes e projetos de TI. Mas sua existência é fundamental para o sucesso de um empreendimento SOA. Além do gerenciamento do Repositório, apresentado anteriormente, o GBA também é responsável pelos principais processos de reutilização de ativos [4], ou seja: publicação e manutenção dos Contratos; introdução e coordenação do reuso de ativos; evolução do processo de reutilização etc. Com o tempo e conseqüente aumento no número de serviços disponíveis cresce também a importância do GBA.
O Arquiteto dos Frontends das Aplicações tem sua alocação no comitê justificada pelo fato destas interfaces serem o único ponto de interação dos usuários com a SOA. São críticas as atividades de padronização das interfaces e garantia de usabilidade, que são atribuições exclusivas deste arquiteto.
O Arquiteto de Serviços, por sua vez, concentra-se na padronização, acompanhamento do desenvolvimento e avaliação dos Serviços. Nos momentos iniciais do projeto são de sua responsabilidade a elaboração de padrões para os quatro tipos de Serviços existentes em uma SOA, ou seja: Básicos, Intermediários, Processos e Públicos.
Por fim, temos o Gestor da Infra-estrutura Tecnológica, o membro do comitê responsável por garantir que os recursos computacionais disponíveis sejam adequados para atender a demanda que SOA e seus serviços gerarão. Além do sizing e estudo de capacidade de carga dos servidores, redes e softwares de infra-estrutura, este Gestor também acompanha os serviços em ambiente de produção visando garantir os níveis de serviço esperados.
Percebe-se que o Comitê Gestor é praticamente uma representação do corpo gerencial de uma organização de TI. Em muitos casos talvez seja uma estrutura ainda mais sofisticada e completa. Acontece que em um “mundo ideal”, quando SOA encontra-se em estágio avançado de maturidade e todos os processos de negócio são representados por Serviços, o comitê gestor do programa SOA torna-se praticamente a equipe de gestão de toda a organização de TI. Apesar de ser um conceito relativamente novo, alguns casos de sucesso [3] comprovam que tal “metamorfose” é uma conseqüência bastante plausível de uma implementação SOA bem sucedida. É curioso notar também que em uma situação onde a empresa decide pela total terceirização de sua área de TI, as 8 funções apresentadas acima talvez sejam as únicas que a empresa decida manter internamente. Para não correr o risco de perder o alinhamento de TI com o negócio.
>>>>>>>>>> SOA #5 - Processos
3. “Enterprise SOA – Service-Oriented Architecture Best Practices”, Dirk Krafzig, Karl Banke e Dirk Slama
Prentice Hall (PTR) (2005).
4. “Practical Software Reuse”, Michel Ezran, Maurizio Morisio e Colin Tully
Springer (2002).
Um programa SOA deve ser dirigido por um Comitê Gestor, desenhado e populado especificamente para a iniciativa. Dentre as responsabilidades deste Comitê destacam-se [3]:
• Estabelecimento e revisão das estruturas, processos e padrões utilizados tanto no âmbito do programa quanto no nível dos projetos;
• Acompanhamento da execução de todos os projetos SOA;
• Garantia do apoio e participação das áreas de negócio durante todo o programa;
• Manutenção do plano estratégico e do foco da iniciativa; e
• Execução de atividades de evangelização, como treinamento, coaching e divulgação dos benefícios e restrições do programa para toda a organização.
O Comitê Gestor de um programa SOA possui algumas funções bastante particulares. A figura 3 abaixo apresenta um modelo padrão desta estrutura, destacando seus principais atores:
O Gestor do Programa responde por ele perante toda a organização. Dada sua importância estratégica não será estranho se algumas empresas optarem por alocar o próprio CIO ou Diretor da área de TI nesta função. Ele é apoiado diretamente por um Engenheiro do Processo, que pode ser um representante do Escritório de Projetos (PMO – Project Management Office), caso exista. A uniformidade e respeito aos processos de desenvolvimento e manutenção são fatores críticos de sucesso. O Engenheiro do Processo deve garantir que tanto o programa quanto os projetos SOA estejam sendo executados dentro dos padrões estipulados pela corporação. Também é sua responsabilidade a indicação dos Coordenadores de Projetos, seu acompanhamento e apoio.
No entanto, o “braço direito” do gestor do programa é o Arquiteto SOA. Ele é o principal responsável técnico pela elaboração e implementação da arquitetura orientada a serviços. Devido a abrangência, complexidade e criticidade de tal iniciativa, o Arquiteto SOA compartilha suas responsabilidades com outros 5 arquitetos, cada um especialista em uma parte do programa.
O Arquiteto de Negócio é o principal representante do programa perante as áreas de negócio. Visto de outra maneira, ele também representa as comunidades usuárias no Comitê Gestor. Ele deve coletar, avaliar, apresentar e defender os requerimentos de negócio. Portanto ele faz uso, em alto nível, das disciplinas Modelagem de Negócios e Engenharia de Requerimentos. Se estivessem representadas na figura 3 acima, as áreas de negócio estariam no lado esquerdo do desenho. Entende-se então que os membros do comitê gestor que se relacionam de maneira direta com a comunidade usuária, além do Arquiteto de Negócio, são o Gestor do Programa, o Engenheiro do Processo e o Arquiteto SOA. Mas sua representação é uma atribuição exclusiva do Arquiteto de Negócio.
O Gestor da Biblioteca de Ativos (GBA) é um personagem raríssimo nos ambientes e projetos de TI. Mas sua existência é fundamental para o sucesso de um empreendimento SOA. Além do gerenciamento do Repositório, apresentado anteriormente, o GBA também é responsável pelos principais processos de reutilização de ativos [4], ou seja: publicação e manutenção dos Contratos; introdução e coordenação do reuso de ativos; evolução do processo de reutilização etc. Com o tempo e conseqüente aumento no número de serviços disponíveis cresce também a importância do GBA.
O Arquiteto dos Frontends das Aplicações tem sua alocação no comitê justificada pelo fato destas interfaces serem o único ponto de interação dos usuários com a SOA. São críticas as atividades de padronização das interfaces e garantia de usabilidade, que são atribuições exclusivas deste arquiteto.
O Arquiteto de Serviços, por sua vez, concentra-se na padronização, acompanhamento do desenvolvimento e avaliação dos Serviços. Nos momentos iniciais do projeto são de sua responsabilidade a elaboração de padrões para os quatro tipos de Serviços existentes em uma SOA, ou seja: Básicos, Intermediários, Processos e Públicos.
Por fim, temos o Gestor da Infra-estrutura Tecnológica, o membro do comitê responsável por garantir que os recursos computacionais disponíveis sejam adequados para atender a demanda que SOA e seus serviços gerarão. Além do sizing e estudo de capacidade de carga dos servidores, redes e softwares de infra-estrutura, este Gestor também acompanha os serviços em ambiente de produção visando garantir os níveis de serviço esperados.
Percebe-se que o Comitê Gestor é praticamente uma representação do corpo gerencial de uma organização de TI. Em muitos casos talvez seja uma estrutura ainda mais sofisticada e completa. Acontece que em um “mundo ideal”, quando SOA encontra-se em estágio avançado de maturidade e todos os processos de negócio são representados por Serviços, o comitê gestor do programa SOA torna-se praticamente a equipe de gestão de toda a organização de TI. Apesar de ser um conceito relativamente novo, alguns casos de sucesso [3] comprovam que tal “metamorfose” é uma conseqüência bastante plausível de uma implementação SOA bem sucedida. É curioso notar também que em uma situação onde a empresa decide pela total terceirização de sua área de TI, as 8 funções apresentadas acima talvez sejam as únicas que a empresa decida manter internamente. Para não correr o risco de perder o alinhamento de TI com o negócio.
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3. “Enterprise SOA – Service-Oriented Architecture Best Practices”, Dirk Krafzig, Karl Banke e Dirk Slama
Prentice Hall (PTR) (2005).
4. “Practical Software Reuse”, Michel Ezran, Maurizio Morisio e Colin Tully
Springer (2002).
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