O Trabalho Criativo

2ª Parte da Série "Gerenciando o Trabalho Criativo"


"Aquilo que é criativo deve criar a si mesmo."
- John Keats

Domenico de Masi entende que criatividade e inovação são duas coisas distintas. Enquanto criatividade indicaria "rápidos saltos qualitativos", inovação significaria "lentas transformações quantitativas e progressivos ajustamentos" [1]. No entanto, parece que em livros de negócios e no entendimento disseminado os dois termos se completam: "criatividade é a semente da inovação". A confusão existe e deve permanecer por um bom tempo. Na Wikipédia, enquanto esta parte do artigo estava sendo redigida, o termo "criatividade" estava marcado para revisão. O que as organizações buscam, na grande maioria das vezes, é o que De Masi chamou de inovação. O mecanismo de busca do Google, o iPod da Apple e o RJ145 da Embraer são exemplos de inovações. Releituras de idéias que já existiam.

No conceito utilizado neste trabalho, o trabalho criativo, o ato de criar algo, pode gerar tanto uma revolução (um rápido salto qualitativo) quanto uma evolução (uma transformação quantitativa ou ajustamento). E o foco aqui são os projetos, "esforços temporários empreendidos para criar um produto ou serviço único" [2]. Se todo projeto é único e gera produtos ou serviços únicos, podemos dizer que em todos projetos há trabalho criativo. Obviamente que a dose de criatividade requerida por um projeto pode ser muito pequena ou, no outro pólo, imensa - a própria razão de sua existência.

Este trabalho mira aqueles empreendimentos que requerem mais criatividade. Mas que não se propõem necessariamente a gerar uma revolução - eles são raríssimos. Porém, os métodos e práticas aqui sugeridos podem ser úteis em projetos de qualquer natureza e porte. É importante notar que nossa capacidade criativa não é direcionada exclusivamente para o desenho do produto ou serviço que o projeto deve gerar. "Aquilo que é criativo deve criar a si mesmo". Ou seja, a própria estrutura da equipe e a definição dos processos que devem guiar os trabalhos também são passíveis de criação. Aliás, chegam a ser consideradas atividades ou características naturais de um grupo criativo.

Isso torna ainda mais complexo o gerenciamento do trabalho criativo. Afinal, de alguma forma, a organização deve permitir que um sub-conjunto de sua estrutura se defina e institua seus próprios métodos e processos. Flexibilidade e autonomia sem muitos precedentes no mundo corporativo. Sendo assim, qual deve ser o papel da organização quando ela pede que uma equipe desenvolva um trabalho criativo?

===

Na próxima semana: "A Organização"

Referências:

  1. DE MASI, Domenico.
    Criatividade e Grupos Criativos. Editora Sextante - 2002.
  2. Project Management Institute (PMI)
    A Guide to the Project Management Body of Knowledge - 3ª edição.
    PMI Publications - 2004.

Marcadores: , ,

quinta-feira, 3 de agosto de 2006 | | Compartilhe: Adicionar esta notícia no Linkk

neste post

Qual é a sua opinião?

A T E N Ç Ã O

Esta é uma versão antiga do finito. Só é mantida aqui porque o Google ainda direciona algumas buscas para cá. E eu seria louco se simplesmente o desativasse, certo? Mas, por favor, não deixe de visitar o finito certo. Todo o conteúdo aqui disponível está lá também.
  • Catálogo de Serviços

  • Contato Imediato

    • My status

    Assine & Compartilhe

    Busca

    Technorati


  • Temas & Tags

  • Lista completa no del.icio.us
  • Últimos Posts

  • Créditos & Débitos